Tarsila do Amaral é uma das principais artistas do movimento modernista brasileiro e um dos principais nomes das artes plásticas no País. Nascida em 1886, no município de Capivari, no interior de São Paulo, era filha de uma tradicional e rica família. Ainda adolescente, concluiu seus estudos em Barcelona, na Espanha, onde pintou seu primeiro quadro, Sagrado Coração de Jesus, aos 16 anos.
De volta ao Brasil, a artista se casou, teve uma filha e estudou no ateliê de William Zadig, escultor sueco radicado em São Paulo. Em 1920, quando se separou do primeiro marido, mudou-se para Paris, onde estudou na Academia Julian, com o renomado pintor francês Émile Renard. Em 1922, uma de suas telas foi admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses.
Nesse mesmo ano regressou ao Brasil, no entanto, não participou diretamente da Semana de Arte Moderna. Porém, integra rapidamente o grupo de artistas modernistas brasileiros, casando-se, posteriormente, com o poeta Oswald de Andrade. Em mais uma passagem pela França, em 1923, a pintora entrou em contato com artistas vanguardistas internacionais, como Pablo Picasso, e passou a ter aulas com o cubista Fernando Léger.
Com uma carreira consolidada, quatro casamentos encerrados e apenas uma filha, que perdeu após adulta por conta de complicações de diabetes, Tarsila viveu seus últimos anos sozinha. Em 1970 foi submetida a uma cirurgia de coluna, que a deixou paraplégica por um erro médico. A artista faleceu em janeiro de 1973, em São Paulo.
Feitas com tinta a óleo, as obras de Tarsila do Amaral abusam das cores vivas, que ela chamava tons caipiras. “Ela se dedicou muito a tratar de um Brasil que se aproximou das culturas indígenas, de temas afro-brasileiros”, conta Cauê Alves, o curador do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo. “Ela tentou integrar uma São Paulo vanguardista, com trens e fábricas, com uma tradição que remonta aos povos originários”, completa.
“A Tarsila é a grande representante do nosso modernismo, principalmente desse modernismo paulista, que conseguiu se colocar como fundamental para incorporação da arte moderna no nosso calendário cultural”, conclui Cauê.
Os quadros da artista são representantes brasileiros no cenário internacional. Em 2019, o Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York recebeu uma exposição exclusiva com obras da pintora. Em 2020, o quadro Caipirinha foi vendido por R$ 57,5 milhões, tornando Tarsila a pintora brasileira mais valorizada internacionalmente